terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Desabafo de um dia

Hoje antes de voltar para a escalada eu comecei a escrever um post sobre uma viagem que fiz no dia de ontem, domingo. Contudo, por alguns motivos eu vou tardar um pouco a outra postagem e por hoje será essa mesmo.
Depois da minha visita a Barcelona (que ocorreu no início de novembro e que SIM, farei uma postagem sobre) eu nunca mais fui para o treino de escalada. Não sei, acumulou alguns acontecimentos junto com a minha homesick (desculpe pelo termo em inglês, é que não tem outro para usar) e eu cansei de tudo. Não queria fazer absolutamente nada, inclusive uma das coisas que mais me dava prazer e que me relaxava aqui que era a escalada.
Pois bem. Hoje, após quase um mês e meio da minha última ida ao ginásio, tomei vergonha e coragem na cara e voltei a dar as caras por lá. Ao chegar, parecia que algumas coisas haviam mudado. Nem a sapatilha que eu usava antes estava mais lá. Depois de demorar a pegar meu arnês (ou a cadeirinha que os brasucas chamam) e minha sapatilha, o instrutor falou que eu abriria a primeira via, coisa que já havia feito antes inúmeras vezes. Relutei. Tinha ficado mais tempo parada do que havia feito aula. Não pensei que conseguiria abri-la. Estava destreinada.
Mas com a insistência eu novamente tomei coragem e fui. Amarrei a corda no arnês e subi. O primeiro expresso consegui prender tranquilamente. No segundo as coisas começaram a complicar, mas foi. A partir daí comecei a ficar com medo de cair. Esqueci como se escalava aquela via. Não tinha jeito para pisar e nem tinha coragem de fazer forças e segurar em pedras que antes eu segurava e subia tranquilamente. Após alguns minutos consegui expressar o terceiro e o quarto, seguido do topo. Quando voltei ao chão o instrutor disse que tinha sido a minha subida mais demorada. Ninguém cronometrou, mas achavam que demorou por volta de 10 minutos.
Descansei um pouco e voltei a escalar abrindo a mesma via. Desta vez teve um pouco menos de demora em um dos pontos críticos da vez anterior, mas no geral foi mais rápido.
Após descer e descansar muito, comecei a subir a terceira via da parede, só que desta vez com a corda no topo: o sub-prumo, que é uma parede com um certo nível de inclinação negativa. Por incrível que pareça eu comecei subindo até que bem. Um dos pontos que mais tive dificuldade quando estava ‘aprendendo’ a escalá-la, desta vez eu consegui bem tranquilo. Acontece que por haver inclinação, deve-se fazer um pouco mais de força comparado às paredes ‘retas’. Chegou um momento que eu sentia meus braços extremamente cansados. Em uma determinada parte do trajeto eu tive que parar para descansar algumas vezes por falta de força. Eu sabia exatamente o que tinha que fazer e como fazer, até ouvia meu amigo me dando as dicas no meu pensamento. Tentei uma, duas, três vezes. Na terceira consegui subir umas 2 ou 3 pedras mas no momento que eu precisava de uma força a mais, não conseguia achá-la. Lembro que fiquei um monte lá em cima e por falta de forças, e não vontade, decidi descer. Aí veio a decepção. Aquele momento que sabemos exatamente o que fazer, pois já havíamos feito e não conseguimos por falta de força. Um sentimento muito ruim de frustração consigo mesmo.
Após a minha terceira descida fiquei descansando mais, pois a última via exigiu muito mais de mim. Fiquei observando os meninos subindo e conversando com outro. Gente, como aqueles dois evoluíram! Eles chegaram pouco antes de eu parar de ir e agora, quando volto, já estão praticamente a abrir o primeiro teto, uma via em que eu chegava na metade e parava. Nesse intervalo de tempo conversei com um dos espanhóis sobre a diferença do modelo governamental dos dois países e da diferença da educação superior entre os 3 países.
Passado o tempo em que achava que estivesse pronta para subir a primeira via novamente, coloquei a corda e me fui. Já no primeiro expresso, que é uns 2 metros do chão eu empaquei. Expressei e quem fazia minha segurança teve que puxar a corda para que eu pudesse descansar. Resolvi subir e novamente demorei para expressar o segundo. Naquele momento me senti mais impotente. Não somente eu já havia aberto aquela via antes, mas ja havia aberto 2 vezes no mesmo dia.
Logo após de descansar no 2º expresso, tentei subi mais um pouco, mas não conseguia me lembrar do que tinha que fazer. Segurava uma pedra e descia até que teve um momento, após ter descansado pela 2ª vez no mesmo lugar, que eu estava próximo ao terceiro expresso e senti que não aguentaria segurar meu corpo com apenas minhas pernas e uma mão para conseguir prender a corda no 3º expresso. Eu sabia exatamente o que iria acontecer, mas não tinha jeito. Foi então que eu caí! Estava próxima do 3º expresso e caí para o 2º, aonde a corda fica presa. Fiquei mais frustrada e triste. Uma coisa é cair em uma via que é difícil e que se está a fazer pela primeira vez. Outra coisa é cair numa via... Bem, isso já contei algumas vezes hoje. Comecei a soluçar e a chorar um pouco logo após o ocorrido, mas decidi que tentaria novamente aquele trajeto. Tentei mais uma ou duas vezes e como não obtive muito êxito, o instrutor falou para que eu descesse, foi então que me desceram e eu chorei mais.
Fiquei bem magoada e decepcionada comigo mesma. Não estava me reconhecendo. Já havia feito aquela via antes e não conseguia vencê-la por medo dela e da altura. Ontem mesmo eu fui para um lugar que tive de desafiar a altura e não senti medo algum e agora na escalada, segura com o equipamento eu venho a ter isso.
Um bom tempo depois eu resolvi tentar de novo. Já tinha tomado água e descansado um pouco. Na 4ª vez fazendo essa via no dia eu consegui chegar ao terceiro expresso mais tranquilamente que na vez anterior. Já tinha vencido mais da metade da via, mas continuei com medo dela. Só tinha mais o 4º expresso e o top. Mas eu não conseguia. Tinha momentos em que posicionava as minhas mãos e minhas pernas corretamente, mas eu não confiava na força do meu próprio corpo para conseguir subir. Meu corpo tremia. Minha mente pesava. Todos torciam por mim e eu não podia desistir. Foi então que o instrutor com o braço em recuperação e que por acaso estava fazendo a minha segurança fez umas gambiarras, passou a minha segurança pra outro e começou a subir a via do lado. Nesse momento eu tentei subir antes que ele pudesse chegar. Mas eu não confiava em mim. O instrutor chegou do meu lado, e foi falando o que eu tinha que fazer. Logicamente que eu já sabia. Me posicionei e naquele momento, não sei como tirei forças do além e consegui expressar o quarto e chegar ao topo. Mas novamente eu não confiava nas minhas pernas. Cheguei lá, estava ao lado dos expressos. Era só puxar a corda e prender. Mas eu não conseguia largar uma mão para prender. Desci novamente ao 4º expresso. Dessa vez o instrutor foi até o topo e me encorajou a subir novamente e prender. Refiz o trajeto e ao chegar lá, relutei um pouco mas me encorajei para largar uma mão e prender os dois expressos que faltavam.
Essas 3 horas da minha vida me provaram algumas coisas. Primeiro que no período em que eu estava fazendo atividade física, eu não focava tanto nas coisas ruins. Depois que parei, veio a homesick e os ‘problemas’ que talvez não fossem nada muito distintos de outros intercambistas, pareciam enormes. Aconteceram coisas muito boas no período em que fiquei longe das paredes, mas mesmo assim eu focava nas ruins. Eu não tinha uma válvula de escape para espairecer a cabeça, o que pesou o meu psicológico. A segunda, parafraseando a vida: às vezes temos medo de enfrentar nossos obstáculos. Mesmo já termos passado por situações parecidas, temos medo do que possa acontecer. Às vezes sabemos que devemos enfrentar determinado desafio e por mais próximos que estejamos da vitória, sabemos o caminho que devemos fazer, mas talvez por falta de forças ou até mesmo coragem e excesso de medo dos planos darem errado, desistimos. Ou até mesmo quando temos todos esses sintomas, mas precisamos de uma pessoa para ficar ao seu lado e dizer que está tudo bem. E a terceira ou quarta é que quando eu estava lá, tentando escalar e com medo, eu não estava me reconhecendo. O que é algo que em determinados momentos da vida passamos e que atualmente, nos meus pensamentos dos últimos dias eu cheguei a essa conclusão. E junto com a escalada, eu espero e vou superar meus desafios, mudar o meu jeito de ver e viver a minha vida e voltar a pessoa que eu era antes.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A influência do inglês em Portugal

            Sei que estou meio sumida do recinto, mas a fim de dar umas notícias e contar curiosidades daqui resolvi fazer esse texto.
            Hoje durante uma aula no meio de uma explicação, a professora sem conseguir  se lembrar do termo em português, utiliza da palavra ‘underground’ querendo dizer ‘ultrapassado’ ou algo do gênero para complementar o assunto. Foi aí que me lembrei que aqui em Portugal a influência do inglês é muito maior que no Brasil.
            No meu primeiro fim de semana oficial aqui em Portugal, os meninos e eu fizemos uma viagem para a região da fronteira com a Espanha, o Gerês. (Provavelmente eu publique o texto da viagem ainda. Mas esse não é o foco de hoje). Ao final do primeiro dia, chegamos em uma lanchonete e quando fui pedir a minha bebida ‘Me vê um chá, por favor?’ referindo ao que eles chamam aqui de ‘Iced Tea’. A atendente não me entendeu. Pensou que eu estava a pedir sobre chá quente, fui aí que apontei na ‘vitrine’ para a latinha de chá gelado com limão. Um outro senhor que estava nas proximidades e que prestou a atenção na situação ocorrida começou a alegar que os brasileiros são muito influenciados pelos americanos e que os termos que usamos são todos americanizados e que eles tinham uma grande influencia dos ingleses, mas era só.
            A partir dessa ‘crítica’ eu me pergunto. Se nós que somos influenciados e que nossas palavras são americanizadas, por que nas placas de ‘Pare’ das ruas daqui (aqueles hexágonos vermelhos) não está escrito ‘Pare’ e sim a sua versão inglesa ‘Stop’? Por que aqui, nas lojas de camisetas personalizadas e de souvenirs não está escrito ‘camisetas’, mas sim ‘t-shirts’? Por que os professores quando nos pedem para entrar na plataforma do ‘E-learning’ a fim de ‘fazer o print’ do arquivo, e não a impressão?
            Isso tudo é muito curioso, pois quando estava nos preparativos para vir para cá, pensava que Portugal fosse um país muito mais enraizado que o Brasil, porque sim, nós temos muita influência, principalmente, dos EUA. Não estou a dizer que com a ‘aportuguesação’ das palavras nos faz mais patriotas, até porque o que faz o patriotismo não é o número de palavras na língua oficial do país, mas sim o orgulho de sua história e seu país.

domingo, 27 de outubro de 2013

Saudade

Às vezes pensamos que o melhor que temos que fazer no momento é mudar de vida. Mudar de ares, viver novas experiências, conhecer novas pessoas e viver coisas que jamais cogitaríamos antes.
 O que ocorre é que tudo – TUDO!- tem um lado bom e um lado ruim. Vir para o intercâmbio sem dúvida está sendo uma experiência muito boa para o meu amadurecimento como pessoa e para o meu auto-conhecimento. Eu mesma gerencio minha própria vida, se quiser acordar as 10 horas da manhã, eu acordo. Se eu quiser pagar o aluguel e gastar o resto do dinheiro em roupas e Mc Donald’s (amiga Beatriz feelings), eu faço. Logicamente que não vou fazer isso por que sempre fui uma pessoa mais centrada (e mão de vaca) em relação a isso e seria estupidez da minha parte.
Mas mudando o foco, a parte ruim de mudar de moradia (ou cidade, ou país) é que geralmente a pessoa tem que recomeçar a vida do zero. Eu vim pra cá com apenas 2 conhecidos. A Mari (a que já estava aqui antes de eu vir e que estuda na mesma universidade que eu no Brasil) e o meu colega de apartamento, que também veio da mesma universidade que eu. Apesar disso, as coisas não andam tão fáceis assim. Fiz amizade aqui? Fiz, com certeza. Porém as meninas com quem fiz amizade moram longe do local aonde moro, aí fazer coisas juntas começa a complicar. A maioria da galera aqui combina com os amigos que moram perto (as pessoas que moram aqui perto combinam de sair juntos e as pessoas que moram nas residências também combinam de sair juntos). O que complica pra mim. Gostaria muito de sair com meus amigos, porém como moram longe, a dificuldade para sair aumenta, já que se deslocar sozinha não é algo muito aconselhável.
Chegando ao ponto que eu quero chegar. Apesar de eu estar gostando muito do estilo europeu de se viver, sinto MUITA falta dos meus amigos e familiares aqui. Sinto falta do colo de mãe que eu preciso nas horas difíceis, sinto falta das palhaçadas e saídas com meus amigos, sinto falta de confiar em desabafar e falar besteiras com alguém, sinto falta da intimidade que eu tenho com meus amigos, sinto falta de entenderem minhas manias e entender a mania dos outros, sinto falta de ligar pra alguma amiga e combinar algo de (quase) imediato e sinto que tenho um certo receio de que posso não aguentar ficar aqui até o final.

É extremamente ruim ficar longe das pessoas que amamos, principalmente quando ainda não conseguimos nos habitar direito no novo ambiente.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Dois dias na maravilhosa Sevilla

Acordamos à 5h, pegamos o metro e fomos à Estación de Autobuses que fica na Estação Mendez Álvaro. Após idas e vindas conseguimos descobrir a plataforma de onde sairia o ônibus da Socibus que nos levaria para Sevilha.  Nos acomodamos nos acentos da frente que havíamos  adquirido antecipadamente.
Após uma paisagem praticamente igual, de oliveiras e plantações de trigo, avistamos algumas pequenas cidades que possuem casas igualmente pintadas de branco. Passamos por Córdoba e após 6 horas de viagem chegamos em Sevilha. O calor era intenso, 38º C. Apanhamos nossas bagagens, fomos para a pousada e saímos para fazer reconhecimento de área já com nosso mapa em mãos. Lembrando que Sevilha é como Toledo ou outra cidade medieval, cheia de ruelas e surpresas. Ao se perder, descobre-se algo que não estava no mapa. Ao final da tarde passamos pela Catedral, Alcazár, porém não entramos o que faríamos no outro dia. Passamos pela Universidade de Sevilha. Ficamos maravilhadas com tanta nobreza e beleza. Fantástica! Adentramos sem cerimônia. O impulso e a curiosidade foram maiores que tudo. A Universidade lembra muito aqueles palácios medievais. Nada parecido com as Universidades brasileiras e nem com a Universidade do Minho. Ela tem uma construção antiga e é cheia de estátuas e monumentos. Até o piso dela é diferente!
Por termos atravessado a Universidade, chegamos a um ponto da cidade em que não estávamos conseguindo localizar. Ou seja, nos perdemos. Paramos um garoto com bicicleta que estava para atravessar a rua e ele nos passou as informações como faríamos para voltar à região da Catedral novamente. Nas redondezas da Catedral há ruas que possuem diversas opções para jantar. Seguimos a recomendação do garoto da recepção da pousada em jantar em um determinado restaurante, porém apesar de ser 19 horas da “noite”, o restaurante ainda se encontrava fechado. Resolvemos entrar no restaurante do lado, que passou uma imagem de restaurante bom e barato. Jantamos tapas de camarão e perguntamos o que era aquela bebida que todos estavam tomando. Sangria. Pedimos uma para provar. Uma delícia! Uma bebida tipicamente espanhola que todos devem provar algum dia.Voltamos à pousada para dormir e aguardar um novo dia cheio de surpresas.
No dia seguinte começamos nosso passeio pela Plaza de la España. É algo de tirar o fôlego! Está situado no interior do Parque de Maria Luísa. A forma semicircular representa o abraço da Espanha e de suas antigas colônias e simboliza o caminho para a América. A construção não é tão antiga, pois foi projetada em 1929. Decorada com tijolos à vista, mármore e cerâmica, que dão um toque renascentista e barroco às suas torres.
Praça da Espanha vista de um dos ângulos - foto Erika Bartachevits
Depois fomos visitar o Palácio Real Alcazar de Sevilla que não parecia surpreendente, mas é magnífico, os azulejos, o teto, as paredes e o jardim.  Atravessamos a rua e fomos à Catedral de Sevilla. É algo inexplicável, inenarrável, grandioso! Uma mesquita que começou a ser construída em 1248 foi transformada mais tarde em catedral. Uma das maiores do mudo. Além das diversas capelas possui o pátio das laranjas e a Giralda que é a torre de 34 lances de rampa que levam a torre onde estão mais de 20 sinos de diferentes tamanhos e dela pode-se ter uma vista de Sevilha.
Parte de trás da Catedral de Sevilla
Catedral vista da Torre Giralda - foto Erika Bartachevits

Saímos da Catedral pouco tempo antes do limite de encerramento. Voltamos ao mesmo lugar do dia anterior para comer. Após comer tapas e tomar nossa sangria na Botega fomos descansar no hostel. No outro dia cedinho resolvemos conhecer Sevilha de bicicleta. Alugamos uma por 3 euros a hora e lá fomos nós. Após o almoço deixamos Sevilha para trás com o trem AVE. Em 2h30mim estivemos de volta à Madri.
Após a chegada em Madri, fizemos o check-in em um Hostel localizado a uma quadra da Estação Atocha e em seguida fomos dar uma última pernada por Madri. Visitamos o Museu Reina Sofia e na Plaza Mayor. Pela manhã acordamos as 5horas e fomos a pé para estação Atocha Renfe, onde pegaríamos a Linha Exprés Aeropuerto – EMT para o terminal T1, onde apanharíamos nosso voo para Porto. Demos adiós a Madrid e a Espanha.            

domingo, 13 de outubro de 2013

Um dia em Toledo

Acordamos 5h30mim, pois tínhamos que pegar o trem para Toledo as 7h50mim. Para chegar à estação apanhamos o metrô linha 1 (azul) e descemos na Atocha Renfe (o nome justifica-se em razão da Estação Renfe de trem). Foi uma viagem rápida de 30 minutos. Chegando à estação optamos por fazer o percurso até a cidade a pé. Como a parte histórica da cidade é circundada pelas muralhas, em cinco minutos de caminhada já foram avistadas as muralhas de Toledo. Como havíamos chegado cedo, ainda não estava disponível na estação os mapas da oficina de turismo. Por sorte, como de hábito antes de viajar recorremos ao google maps e fizemos nossos mapas. E lá fomos nós. Após subidas e descidas, passar pelo portal antigo, portal novo e ruelas chegamos a diversas e longas escadas rolantes que nos levou a oficina de turismo da prefeitura. Lá conseguimos um mapa e ouvimos as explicações de uma funcionária que indicou o caminho, pois naquela altura, já estávamos perdidas.
Toledo vista de fora - foto Erika Bartachevits 
 Como fomos em uma segunda-feira a maioria das igrejas estavam fechadas. Mas deu para entrar na Igreja dos Jesuítas de Toledo, onde pagamos 2,5 euros com a possibilidade de visitar e subir nas torres e ver a cidade de cima. Essa igreja tem um estilo muito parecido com as igrejas da Península Ibérica. Assim como as Igrejas do Peru, algumas que vi de Portugal e as de Sevilla, ela possui diversas capelas no interior, cada uma com um santo diferente.

Toledo vista de uma das torres da Igreja dos Jesuítas - foto Erika Bartachevits
 Depois de muitos labirintos chegamos a imponente Catedral de Toledo. Assim como outras igrejas que já tínhamos visto e que iríamos ver ainda, a Catedral de Toledo tem um estilo gótico. Muito grande e bonita.  Continuamos a nos guiar pelo mapa. A cada ruela uma conferida no mapa. Mas mesmo assim conseguimos nos perder. Paramos, sentamos, bebemos toda a água que ainda havia disponível na garrafa, reprogramamos a rota e achamos o caminho. Continuamos a caminhada e chegamos o grandioso Alcazár de Toledo! Na sua frente penhascos e a vista dos rochedos da Ponte de Alcântara. Deslumbrante!  

Catedral de Toledo em frente a
 praça da Prefeitura - foto Erika Bartachevits
Uma das ruas de Toledo -
foto Erika Bartachevits
Fomos então almoçar, pois a esta altura a fome era muito grande. Após o almoço fomos ao mirante e descemos o caminho antigo que nos levou a Ponte de Alcantara. Saímos rumo à estação de trem. Era um pouco depois das duas horas da tarde, porém, a passagem que havíamos comprado era apenas para as 7 horas da noite. Ao chegar a Estação fomos ao guichê de venda de bilhetes, explicamos a situação e conseguimos adiantar o retorno para as 5 horas. Ficamos tirando foto e descansando um pouco e logo em seguida nos despedimos de Toledo. 
Após o retorno de Toledo fomos dar um passeio na Plaza da España, Gran Via, dar uma caminhada por Cuecas, Portal de Alcalá e Parque do Bom Retiro, em Madri. No outro dia iríamos para Sevilha passar 2 dias.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Reflexões de uma madrugada

Antes de vir pra cá eu imaginava que iria ser horrível os primeiros meses, que eu não iria aguentar a saudade da minha família e amigos. Pensei que, por ser uma pessoa difícil de lidar, não conseguiria conviver bem com quem fosse viver comigo. Achei que eu acharia praticamente impossível entender o sotaque daqui. 
            Mas mais uma vez eu estava enganada, eu acho. Sim, a saudade é grande já e o intercâmbio mal começou, mas com a tecnologia que temos hoje, ela pode ser amenizada de uma maneira que há 10 anos não era possível. Não há um dia que eu não tenha contato de pelo menos 1 do meu círculo familiar ou de amigos. Por incrível que pareça, as coisas aqui em casa estão ótimas. Sempre um colabora com a rotina de arrumação e limpeza da casa. Um faz as compras essenciais, outro tira o lixo. Um limpa a cozinha e o outro, o banheiro. É assim, simples assim. Quando dá uma folguinha, um faz alguma coisa que precisa. E em relação às aulas, bem, lógico que tem pessoas que é um pouco mais difícil de entender, principalmente porque aqui além de eles ‘cortarem’ as palavras/sílabas, eles falam mais rápido que nós. Mas a maioria das pessoas eu consigo entender bem.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Minha vida aqui em Portugal

Eu (praticamente) não escrevi sobre o meu dia-a-dia daqui no blog ainda. Na primeira semana de aula, que foi pelo dia 16 de outubro, eu não tive aula.
Na verdade o que aconteceu foi que na segunda feira, primeiro dia de aula lá fui eu pra aula, nervosa de como seria. Não fui direto para a sala porque não sabia aonde era. Pelo menos aqui em Braga, as aulas dos cursos não são concentradas nos prédios de cada curso. Ou seja, apenas algumas aulas do curso de Direito são lecionadas no prédio da Escola de Direito. Quando localizei o meu prédio, continuei perdida. Fui para a sala da administração do prédio, ou algo assim, sei lá como chamam e perguntei à senhora aonde que era a minha sala. A senhora prontamente me levou a minha sala e disse que geralmente os professores demoram no primeiro dia, mas chegam. O que estranhei foi que não havia absolutamente aluno algum em frente a sala esperando. Mas não hesitei e continuei ali. Passou-se meia hora e decidi voltar pra casa, uma vez que a porta da sala estava fechada, nenhum aluno, muito menos o professor havia chegado.
Voltei pra casa, arrumei mais um pouco a minha grade, deu o horário da aula de Direito Internacional e lá fui eu para a Universidade novamente. Fui para o outro prédio de salas de aula, novamente fiquei perdida e depois de algum tempo pedi ajuda para uma veterana com aqueles trajes ‘harrypotterianos’. A menina me levou até a sala. Só que desta vez os alunos estavam lá em frente à sala esperando o professor. Ficamos mais meia hora esperando, nada do professor chegar e fomos embora.
No mesmo dia eu teria outra aula ao final da tarde, porém já tinha resolvido não comparecer uma vez que seria o último dia da minha mãe comigo em Braga, portanto queria aproveitar o dia com ela.
Como estávamos vendo com os outros alunos que a situação de não ter aula nos primeiros dias de aula também ocorria, decidimos que iríamos pra aula apenas na outra semana.
Na segunda-feira subseqüente, como já dito nesse post eu fiquei doente, portanto nada de aula naquele dia. Na terça-feira eu tive aula normal. Na quarta-feira o professor de Direito Constitucional apareceu 37 minutos atrasado. Falou por uns 20 minutos como seria a disciplina, das provas e das doutrinas a serem utilizadas e falou que as aulas práticas só teriam início no dia 15 de outubro. Ao final tirou algumas dúvidas e disse que era tudo para aquele dia e se retirou da sala.
No dia seguinte, quinta-feira eu tive a primeira aula, Filosofia Política. O professor parecia que já tinha adiantado um pouco a matéria, porém nada que eu ficaria totalmente perdida. No resto do dia eu teria a aula prática da minha matéria amada, mas como dito antes, só dali duas semanas. Portanto fui pra casa, fiz meu almoço e voltei pra Universidade para ter uma outra disciplina. Fui pra sala, nenhum aluno estava a espera. Fiquei 1 hora andando um pouco pela universidade e voltando para a sala. Nada. Decidi ir ao BragaParque dar uma volta e fazer umas compras no mercado. Dali a mais uma hora e pouquinho eu teria a aula prática dessa disciplina que não tive minutos antes. A mesma coisa aconteceu, fui pra sala, não tinha ninguém e fui embora.
Na sexta, a aula seria apenas a tarde, as 16 horas. Mas como era a aula dita prática de Filosofia, então teve normalmente.
Nessa semana teve algumas matérias que ainda não normalizaram. Como por exemplo, não teve nenhuma das aulas de Direito Constitucional e nem de Direito Administrativo. Para ser sincera me falaram que o professor dessa disciplina é meio “largado” e se eu perceber que é verdade, vou tentar refazer o meu plano de estudo.
Agora eu comecei (na verdade foram apenas 2 dias) as minhas atividades físicas, então a partir daí saberei melhor como será meu cotidiano aqui.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Desvendando o sistema de metrô de Madri

O sistema de metrô de Madri possui 12 linhas. Destas, a linha 6 (cinza) serve como linha circular para permitir o acesso a outras linhas. O importante é saber onde você está e para onde quer ir. Olhe a linha que precisa apanhar, observando os nomes dos extremos das linhas e a estação que precisa descer ou trocar de metrô. O Plano esquemático da rede pode ser obtido, juntamente com o mapa da cidade em qualquer hotel da cidade ou oficina turística.
Por exemplo: para quem está na Calle Atocha, como nós, perto da estação Antón Martin, deve -se escolher a linha 1 (azul – Pinar de Chamartin a Valdecarros). Então, no nosso caso, quando precisamos nos deslocar de metro para a Estacíon de Autobuses (estação rodoviária) pegamos o metrô na estação Antón Martin no sentido Valdecarros, descer na estação Pacífico, trocar para linha 6 e descer na próxima estação, a Menendez Álvaro – onde está a Estación de Autobuses. Para retornar, pegar o mesmo linha 6, só que desta vez no sentido contrário, descer na estação Pacífico, apanhar o metro linha 1 no sentido Piñar de Chamartin e descer na estação Antón Martin.
 De início, para quem vem de cidades que não possuem metrô, como nós, pode ser complicado e um labirinto, mas você pega o esquema rápido.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

1 mês fora de casa

Hoje, dia 4 de outubro completa 1 mês que saí de casa rumo ao intercâmbio em Portugal. Às vezes dá a impressão que faz meses que eu estou aqui. A adaptação ao estilo de vida português foi relativamente rápido comparado ao que imaginava que seria. Mas ao mesmo tempo parece que faz apenas 1 semana. A cada dia que passo aqui aprendo algo diferente e tenho desafios diferentes.
Pois é. Muita coisa já aconteceu nessas 4 semanas. Chorei desesperadamente porque não tinha achado nenhum lugar para morar. Me encantei com o campus da Universidade que se difere muito do meu. Fiquei feliz porque achei meu cantinho. Viajei para 4 cidades já. Fiz trilha, algo pelo qual sou apaixonada, em terras desconhecidas. Pedi carona para voltar para casa. Fiz amigos. Dormi tarde porque não conseguia dormir em conseqüência do som do barzinho aqui em frente de casa. Me perdi na Universidade. Fiquei meia hora esperando a turma e o professor chegar, mas eles não chegaram. Acordei atrasada para aula e quando acordei, me falaram que o professor não tinha ido. Andei na chuva. Andei no sol escaldante. Enfim, fiz muitas coisas das quais com certeza não teria feito metade delas se não tivesse saído da minha zona de conforto do Brasil.
Contudo, nada disso teria acontecido se a minha Universidade não tivesse confiado em mim para ‘representá-la’ na Universidade parceira, se meus pais não tivessem confiado em mim de ‘me largar’ num continente estranho para ficar um ano sozinha e ter as minhas responsabilidades e se eu não tivesse largado meus amigos e familiares e recomeçado praticamente uma vida nova do zero.
A saudade da minha família, dos meus amigos, das pessoas que deixei lá, do colo da minha mãe, das palhaçadas com meus amigos, do sotaque português brasileiro, do feijão com arroz e farinha, da bisteca de porco com couve refogada com bacon, de ter um forninho em casa, de poder andar de carro nos dias de frio e chuva, de sair com meus amigos nos fins de semana, de ficar em casa vendo filme com eles no fim de semana, de não ter vergonha de perguntar em sala de aula, da minha faculdade em que todos os alunos se conhecem já é grande. Na realidade sinto falta de coisas que nunca teria imaginado que fariam falta para mim.
Agradeço infinitamente aos meus pais por terem me proporcionado essa oportunidade. Se não fosse o esforço, a luta que vocês tiveram para chegar aonde chegaram, dificilmente eu estaria aqui em Portugal. Agradeço à galera do Núcleo de Relações Internacionais da minha faculdade por terem aguentado as minhas idas e aporrinhações semanais lá no escritório deles. E também quero agradecer muito aos meus amigos que apesar de não quererem que eu ficasse longe por conta da saudade e da parceria, não foram egoístas um único momento e sempre me encorajaram e estimularam a minha vinda para cá nos meus momentos de pânico. Muito obrigada gente, mesmo! Eu amo e sinto muitas saudades de vocês!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A bela capital espanhola, Madrid

Ao Chegar em Madri pegamos o ônibus da Línea Exprés Aeropuerto – EMT  que faz a linha Aeropuerto de Barajas (Terminais T1, T3 E T4) a estação Atocha Renfe. Pagamos 6 euros na passagem. A linha tem ônibus de cada 15 a 20 minutos e aos sábados a cada 25 minutos. Da estação pegamos um taxi e nos dirigimos até o hotel. Poderíamos ter ido de metrô, mas ainda não dominávamos o desenho e as diferentes linhas.
Deixamos a bagagem no hostel San Martin – que aliás, o custo/benefício é excelente - e fomos a pé para a Plaza Mayor. Um lugar eclético, onde pode se ver de tudo. Lá encontramos um espanhol que tem a noiva em São Paulo e que iria passar o reveillon em Floripa. O mundo é mesmo pequeno. Se não encontramos brasileiros, encontramos alguém que tem o pé no Brasil.
Em seguida caminhamos, tiramos fotos, comemos tapas de calamares acompanhado uma salada e uma cervejinha para relaxar. 
Plaza Mayor - foto Erika Bartachevits
O fuso nos deixava confusa. Como em Madri anoitece às 10 horas, retornamos ao hotel pelas 11 horas para tentar dormir. O que só conseguimos lá pelas 2 horas da madrugada. 
Acordamos às 9 horas no dia seguinte, tomamos café, organizamos a agenda e lá fomos nós conhecer Madri. Do hotel fomos caminhando para a Puerta del Sol, onde tem o marco zero da Espanha. De lá fomos caminhando pela Calle Mayor até a Catedral de Santa Maria e o PalácioReal de Madrid ou Palácio de Oriente . No Palácio o ingresso custa 10 euros e estudante paga menos (levei minha carteirinha da Universidade do Brasil e a senhora aceitou). Fomos nos Jardins de Sabatini que não são tão grandes quanto parecem. Caminhamos pela Plaza de Oriente, Teatro Real e chegamos  ao Mercado de São Miguel em uma rua perto da Calle Mayor. Como havia muita gente optamos por um restaurante ao lado, onde comemos uma bela paella, um prato delicioso e tradicional espanhol.  Tomamos um sorvete e voltamos para o hostel para recarregar as baterias. Ao final da tarde após as 17h, fomos ao Museu do Prado*, horário em que o ingresso é gratuito.
Marco zero da Espanha na Pueta del Sol - foto Erika Bartachevits
Palácio Real de Madri - foto Erika Bartachevits









Do Museu do Prado resolvemos entender o sistema de metro e de trem de Madri, uma vez que teríamos que apanhar o metro no dia seguinte para ir de trem à Toledo.

*Em Madri é importante observar que em determinados dias e horários os museus tem entrada gratuita. No Museu Reina Sofia o ingresso é livre aos domingos e todos os dias (exceto nas terças) após as 19h.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A simpatia portuguesa e a educação no trânsito.

            Quando eu decidi que iria me inscrever para o intercâmbio, estava muito nervosa e me preparando psicologicamente para o pior. Sempre tive em mente que o povo português fosse um povo muito frio e, muitas desculpas pelo termo, estúpido.
Há três anos eu fiz uma viagem para a Alemanha com alguns alunos do meu colégio e a escala da viagem foi em Lisboa. Tanto no avião, quanto no aeroporto, os portugueses não foram nem um pouco receptivos. Por um momento ficamos perdidos no aeroporto e sem querer voltamos para um local que não deveríamos ter voltado. Um dos seguranças daquela sessão foi um pouco grosso com nós.
Hoje vejo o quão equivocada estava eu. Não sei se foi pela época que eu fui ou o quê. Mas sei que sinto muito pelas impressões erradas que tive desse povo tão acolhedor e respeitoso.
Praticamente todas as vezes que pedi informação a alguém na rua ou na Universidade ou a pessoa tentava ser o mais simpática e explicar o melhor que podia ou ela me levava até o local desejado.
Sem contar que o trânsito aqui não chega nem aos pés das cidades grandes do Brasil. A minha cidade é considerada uma das com os piores motoristas, mesmo sabendo que há piores. Em Curitiba se um pedestre, mesmo na faixa de segurança e com o veículo longe, tenta atravessar, o motorista já começa com o buzinaço e a acelerar o carro. Aqui isso nunca iria acontecer, ou quase, não sei. Na maioria das vezes que fui atravessar a rua, fiquei esperando o carro passar, como de costume. O motorista vendo que há um pedestre na eminência de atravessar a rua, pode ser a rua que for, ele vai parar para o pedestre atravessar.
Sei que em muitas cidades do interior do sul do país isso ainda ocorre. E acho uma atitude maravilhosa, afinal, o pedestre na faixa tem preferência, sem contar que é muito mais sensível que qualquer automóvel.
 Porém nada são flores. Tudo que eles tem de amáveis e simpáticos, eles tem de fama européia. Deixa que eu explico. Falaram-me que no Porto a situação é outra, mas pelo menos aqui em Braga, o acúmulo de lixo é relativamente grande comparado ao tamanho da cidade. Não sei se é porque vim de uma cidade considerada ecológica. Quando se começa a andar pela rua, principalmente de manhã cedo, se vê horrores de garrafas quebradas e copos de plástico decorrentes das festas da noite anterior. E aqui eu também nunca vi aquelas pessoas que limpam as ruas, os garis, só vi os caminhõezinhos que escovam as ruas, ou coisas do tipo.
Não sei, acho que tanto o Brasil tem que aprender com seus ‘descobridores’ como Portugal com sua ex-colônia. Apesar de já estar fazendo isso, uma vez que a quantidade de música brasileira é tocada aqui é maior da que eu ouço no Brasil. Mas isso é outra história.

sábado, 28 de setembro de 2013

Uma breve aventura pela a linda Espanha!

Após deixarmos as malas no apartamento em Braga, fomos rumo ao aeroporto Francisco Sá Carneiro da Cidade do Porto para pegar o vôo para Madri, na Espanha. Para ir de Braga ao Porto, há 3 principais opções de transporte. A primeira, escolhida por nós, foi pegar o autocarro (ônibus) da empresa GetBus na Central de Caminhonagem de Braga (Rodoviária) pelo valor de 8 euros o trecho separado ou 14 euros ida e volta. Essa opção é muito adequada para nós por nos deixar na porta do aeroporto de Porto e por durar menos de 50 minutos. Pode-se também pegar o comboio na Estação de Comboio de Braga no valor de 3,75 euros. A viagem não sei a duração ao certo, pois nunca a realizei. Existe a opção de pegar autocarro direto para a Cidade do Porto que custa por volta de 4 euros o trecho.
A empresa que pegamos o vôo para a bela Espanha foi a pela Ryanair, uma empresa que, assim como a EasyJet é muito popular pela Europa e que faz voos mais baratos que as empresas mais conhecidas.
Como a empresa tem regras definidas para bagagens tínhamos que pagar 25 euros para levar bagagem de porão - como eles denominam bagagem despachada, de até 15kg - e uma bagagem de mão (mulheres, suas bolsas estão incluídas no quesito bagagem de mão) de até 10 Kg e volume também limitado pela companhia que mede o volume na hora do embarque (quando for medir a sua mala de mão de rodinha, não esqueça de levar em conta a armação, o ferro da mala, pois no Brasil, muitas malas tem essa estrutura pro lado externo da mala). Em relação à aquisição de passagem por esta empresa, muito cuidado, pois existem muitas armadilhas que são embutidas no preço na hora da compra. Por exemplo: a marcação de lugar é paga-se 10 euros, a mala de porão custa 25 euros o check-in on line é obrigatório, caso contrário, será pago 60 euros no check-in no balcão. Não se esqueça que o vôo geralmente é por lotação, ou seja, a empresa vende passagens sem levar em conta o número de passageiros sentados na aeronave. Portanto, antes mesmo de chamarem o seu vôo, vá para fila, caso não consiga lugar no vôo, só pro próximo!
Vencida a etapa do embarque uma vez que este tipo de serviço é novo para nós, brasileiros, chegamos em Madri com uma hora de fuso a mais, isto é,  cinco horas em relação ao Brasil. Ao que nosso organismo já começou a sentir, pois ainda não estava acostumado com o fuso de Portugal.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Primeiras dificuldades: ficando doente :(

Parece bobagem e óbvio dizer que apenas amadurecemos quando vamos morar sozinhos. Mas é que isso é realmente verdade. Faz uma semana que minha mãe voltou pro Brasil e agora que sinto ‘o quão difícil’ é morar sozinha. Não que eu more sozinha totalmente, pois moro com um amigo da minha faculdade do Brasil, mas é que não é a mesma coisa que morar com nossos pais.
No fim de semana viajei com esse meu amigo e com mais um, também brasileiro, que conhecemos aqui. Na volta da viagem, peguei muito vento por conta da janela aberta, ai quando cheguei em casa percebi que minha rinite tinha atacado, tanto por causa da janela, quanto por causa do calor extremo e do pó que pegamos no dia anterior por causa da trilha.
Enfim. À noite tomei um banho, jantei, tomei um antialérgico e fui dormir, esperando que na manhã seguinte eu já estaria boa. Doce ilusão. Durante a madrugada eu acordava com a garganta seca, nariz trancado e muito enjôo. Acordei de manhã, não consegui comer nada, tomei um antigripal, passei um spray na garganta e fui pra aula.
Por conta das ‘praxes’ (trotes) que estão ocorrendo com os caloiros (sim, os calouros portugueses), as aulas das turmas dos primeiros anos não estão ocorrendo. A minha matéria do dia era uma do primeiro ano, portanto, fui pra aula em vão.
Já que não agüentava o meu estado, resolvi voltar pra casa. Se percebesse que não iria melhorar, acionaria o seguro. Às 10:21 resolvi ligar pro seguro. Sempre fui muito precavida nesses aspectos. A mulher do atendimento me retornou a ligação às 11:05 me falando que o atendimento seria por volta das 14:30 da tarde aqui no meu apartamento.  Ao meio dia o médico chega. Ele me examinou, viu se o meu estômago doía e mesmo eu falando que minha garganta doía, ele não tomou nenhuma providência. Ao final da consulta ele me diz que estou com gastrite (fala sério), me deu uma receita com 3 remédios que não dá pra entender absolutamente nada o que está escrito.
Tentei descansar mais um pouco e lá pelas 2 horas da tarde resolvi comer alguma coisa. Levantei da cama, fiz meu prato de feijão com arroz e coloquei no microondas. Depois de almoçar lembrei que suco de laranja é ótimo pra isso. Peguei minha chave, fui no mercadinho aqui em baixo, comprei 3 laranjas, voltei e fiz suco de uma delas.
Ou seja, quando se mora sozinho, principalmente nessas horas, não tem mamãe e nem papai pra te levar um almoço, te fazer um chazinho, te trazer um suquinho e te levar no médico. É tudo por conta. Se você, estando doente ou não, precisar de qualquer coisa, ou faz com tuas próprias mãos ou fica sem. Não tem mãe e nem pai pra arrumar teu quarto e lavar tuas roupas e louças. Está com fome? Vai lá e cozinha. Ou então pague mais caro, se aperte nos bolsos e vá a um restaurante.

Tudo é mais difícil quando se mora longe dos pais e o amadurecimento vem junto da dificuldade.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Bom Jesus do Monte

A Igreja do Bom Jesus fica localizada em um dos morros que circundam a cidade de Braga, ao norte de Portugal. Para chegar à igreja, pode-se ir de carro, pegar um ônibus nº2 por 1,65 para a base do morro e subir as escadas até a igreja, ou então pegar o bondinho, um dos mais antigos do mundo, no valor de 1,20 euros.
Quando fomos conhecer, decidimos pegar o ônibus até a base e a partir daí, subir por nossas pernas. O percurso até a base da escadaria da igreja possui uma espécie de uma trilha com uns trechos em degraus e nas curvas tem algumas capelas com imagens de santos e da época de Jesus Cristo. Ao ler isso, você pode imaginar que é uma caminhada impossível e desgastante, pois se pensou isso, está enganado. A caminhada não foi tão longa o quanto pensei, e de desgastante ela não teve nada – e olha que faz meses que não frequento uma academia a sério.
Igreja do Bom Jesus - foto Érika Bartachevits
Chega o momento em que alcançamos a base da escadaria da igreja. Possui um mirante que se enxerga a cidade de Braga inteirinha, logicamente uma paisagem maravilhosa. Em uma primeira olhada a escadaria dá-se a impressão que a subida será tenebrosa e que você vai deixar teu pulmão no meio do caminho Requer-se um pouco de esforço, é claro, mas nada que exija um condicionamento físico de um atleta. Os seus 500 e tantos degraus são colocados em ‘zigue-zague’, o que dá certo alívio na hora de subir.
Ao subir a escadaria percebe que no topo das paredes há várias imagens de santos, uma diferente da outra e abaixo deles, escritos em latim.
Alcançando o fim da escadaria, ao invés de ter apenas a igreja, que era o que eu havia imaginado, há um espaço bem grande com jardins, a igreja, mirantes, esculturas, grutas e saindo da gruta, há uma pequena trilha que leva a um bosque lindo. O Bom Jesus do Monte me surpreendeu muito!! O que eu pensei que fosse ‘apenas’ uma igreja, na realidade tinha um espaço de natureza encantador.
Recomendo muito a quem vier pro norte portucalense para que venha a Braga e ao Bom Jesus do Monte, mas que fique mais de 3 horas pelo menos na região da Igreja, para dar tempo de ver tudo.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Braga, primeiras impressões

Bom, já faz 2 semanas que pisei pela primeira vez em Braga. Dois dias depois de ter chegado fizemos uma viagem de uma semana para a Espanha. Fiquei um tempo sem dar muitas notícias porque as coisas aqui ainda estavam um pouco corridas. Agora, depois de resolvido tudo e eu estar mais acostumada com a rotina daqui eu consiga atualizar mais.
Braga é uma das maiores cidades e mais antigas de Portugal, com aproximadamente 200 mil habitantes, linda e encantadora.É uma cidade predominantemente universitária, por isso não se tem ao certo o número de pessoas que moram aqui. Comparado ao Brasil, é uma cidade de pequeno a médio porte, porém ao contrário de lá, ela tem uma infra-estrutura que nenhuma cidade de 200 mil habitantes teria.
 Lazer
Há muitas opções de lazer aqui para todos os gostos. Por ser uma cidade com um número muito grande de estudantes, as opções de festas e barzinhos são imensas. Principalmente nas proximidades da Universidade do Minho.
Se você for uma pessoa um pouco mais velha e mais tranquila, existem também opções para você. Como a cidade é uma das mais antigas de Portugal – foi fundada há cerca de 2 mil anos pelos romanos – e por ser extremamente cristã, existem muitas igrejas e aqui. Dizemos que se você for dar uma volta de 360º graus do lugar em que você se encontra e não vir nenhuma igreja, é mentira. Olhe de novo. Para todo lugar que se anda, encontra pelo menos 2 igrejas, pode apostar. As principais são a Igreja da Sé, que é a Catedral e a Igreja Bom Jesus, a mais famosa, que se encontra em um dos morros que circundam a cidade e que dá para ver de quase todos os pontos da cidade.
Igreja do Bom Jesus - foto Erika Bartachevits
Igreja da Sé - foto retirada do wikipédia
Para os viciados em compras, Portugal é um dos países mais baratos de toda a Europa, contudo, para melhorar ainda mais isso, Braga é uma das cidades mais baratas de Portugal. Existem inúmeras lojas no centro histórico (lojas de marca, inclusive); perto da Universidade e também há duas opções de shoppings, o Braga Shopping e o Braga Parque, sendo este o mais moderno.

Assim que eu for descobrindo um pouco mais das belezas dessa cidade, vou atualizando vocês.

domingo, 15 de setembro de 2013

O segundo dia, achando um lugar para morar

No segundo dia acordamos cedo, comemos na mesma padaria e fomos direto conhecer o Senhorio que administra vários prédios com o objetivo de averiguar se ele tinha apartamento para alugar. No total foram 4 apartamentos vistos, 3 no mesmo prédio e um outro num prédio um pouco mais afastado. Um apartamento era no estilo T1+, como eles chamam aqui - um quarto e na sala mais uma cama-  Outro apartamento era no estilo T2, para duas pessoas, com dois quartos. E os outros dois eram T2+, com dois quartos, mas com a ‘capacidade’ para 3. Ao final, depois de pensar muito, decidimos fechar com o apartamento T2.  
Desta forma, uma vez que, fiquei mais tranquila, pois já dispunha de lugar para morar, fui à Universidade resolver as pendências do dia anterior. Levei todos os documentos, assinei outros e logo depois eu e o grupo que estava ali tivemos uma reunião com uma das coordenadoras do SRI. Ela nos disse os prazos que teríamos que entregar os documentos e para que servia cada um deles.  
Saindo da reunião fui resolver o que faltava do apartamento e em seguida voltamos ao hostel para arrumar as malas. Iríamos para a Espanha no dia seguinte.

Chegada em Braga

         Chegamos em Braga quinta-feira, dia 5 de setembro às 2 horas da tarde. Fomos para um hostel já que não tinha lugar definitivo para ficar ainda. Nos ajeitamos um pouco, tomamos um banho, pegamos um taxi e fomos para a Universidade.
Procurávamos pelo SRI- Serviços de Relações Internacionais, nosso ponto de referência na Universidade. Cheguei lá e a senhora nos disse que o atendimento já havia acabado e que era para eu voltar lá no dia seguinte com os documentos solicitados.
Saímos do escritório do SRI e fomos procurar o prédio da Escola de Direito da UMinho. Perguntamos para umas 5 pessoas, e apenas na última conseguimos o lugar exato. Ao alto da Universidade, o que parecia ser um dos prédios mais novos construídos lá. Simplesmente LINDO! Ele é moderno e muito bem cuidado. Literalmente o paraíso! Andamos um pouco pelo prédio e já saímos a fim de conhecer um pouco mais das instalações do campus.
Chegamos no prédio de Serviços Acadêmicos e nos encontramos com a Mari, aquela mesma garota que estuda na mesma universidade que eu no Brasil. Ela nos mostrou um pouco do campus para nós e logo em seguida nos levou a um restaurante bem barato, bom e próximo da universidade. Fizemos um pedido que continha uma sopa, um pão, uma bebida e um prato por 5 euros. Isso me parece ser algo bem comum em Portugal, porque não é o único lugar que vi isso.
Logo depois ela nos levou para conhecer uma casa que estava para alugar. Em seguida me apresentou a algumas outras pessoas que também estavam alugando apartamento. Também visitamos a casa em que ela iria morar.
Depois de 21 horas de trânsito internacional, algumas horas sem dormir e um dia um pouco puxado, estava na hora de descansar. Fomos numa padaria do Grupo Celeste, uma ótima opção para café da manhã e jantar no centro histórico de Braga. Me apaixonei por aqueles pãezinhos deles. E voltamos ao Hostel.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Arrumando as malas

Algo que deve mexer com a maioria das pessoas é a arrumação de mala para qualquer viagem, principalmente se tratando daquelas com longas durações. Quais tipos de roupas levar? Que quantidade levar?
 Bom, primeiramente deve-se ter na cabeça o destino. Caso seu destino seja um lugar extremamente quente, não leve muita roupa de frio. Às vezes apenas um ou dois moletons sejam o suficiente. Agora, caso vá para um lugar frio, dependendo do lugar, não encha a mala de casacos muito quentes. Caso você leve uma mala lotada pode ser que quando chegar lá, vai continuar passando frio por que por mais quentes que um casaco possa ser aqui no Brasil,em geral, não é o suficiente para o frio do extremo sul da América Latina, America do Norte e Europa. Na maioria das vezes compensa muito mais deixar para comprar grande parte do seu guarda roupa lá!
            Algo que para mim sempre funciona é, algum tempo antes da viagem, fazer uma lista das principais coisas que tem que levar e dos itens em que há maior possibilidade de esquecer. Sempre que se lembrar de alguma coisa, anote. De preferência em algum lugar que sabe que verá depois. Se lembrar de itens que sabe que não tem em casa, anote e compre o quanto antes para não acumular tudo depois.
            Quando chegar mais perto, comece a pensar nas peças que for levar. Comigo foi mais fácil porque como tinha feito duas viagens antes dessa, já deixei as roupas que iria levar mais ou menos certas. Aí era só fazer algumas modificações.
            Braga, a cidade em que vou morar, é mais ou menos como a cidade em que vivo. Maior parte do ano sendo fria e chuvosa. Contudo, como chegaria ao final do verão, seria bom levar umas roupas propícias para tal. A maioria das minhas roupas é para o verão, por que como já disse antes, o frio de lá é um pouco pior que aqui, mesmo vivendo em uma das cidades mais geladas do país, então vou deixar para comprar mais roupas de frio por lá.
            Independente da viagem que eu faça, geralmente levo as roupas que mais uso no meu dia-a-dia, assim fica mais fácil de fazer combinações.
            E em relação à quantidade, se for pra ficar por um longo tempo, a dica é levar roupas para mais ou menos 1 mês. Primeiro talvez você não queira vestir sempre as mesmas roupas- se bem que na Europa as pessoas não se importam muito com o jeito que as outras vestem-. Segundo por que você, dependendo pra onde for não sabe quando vai poder lavar e secar as suas roupas no início.
            Em resumo: leve roupas o suficiente para 1 mês; não encha sua mala com roupas de inverno; leve as roupas que você geralmente usa no cotidiano e peças-chave, fáceis de combinar.

            No final da minha ‘aventura’ por Portugal e Europa, pretendo fazer um post falando das peças que eu levei e que poderia não ter levado. 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Visto - Parte 3 - Entrega da documentação no Vice consulado e o finalmente o Visto

Novamente em conversa com a Mari, soube como seria a experiência lá no Vice-Consulado. “Chegue cedo para pegar senha. Cheguei as 6:25 da manhã e já tinham 6 pessoas na minha frente. Lá pelas 6:45 pararam de distribuir as senhas.”- alertava ela. Só posso dizer que fiquei um pouco aflita. Acordar 5 horas da manhã e ficar numa fila para conseguir senha? Que organização era aquela? No final, minha mãe teve de ligar para o  Consulado e teve a notícia de que abria as 9:30 da manhã, entretanto seria bom chegar um pouco antes. Foi aí que decidimos que chegaríamos as 7:30. Não queríamos ficar o dia todo lá, não é mesmo?
Chegando ao prédio em que se localizava, a portaria nos informou que o Consulado abriria apenas no horário estipulado e que a fila deveria ser formada ali mesmo, no hall de entrada. Aos poucos foram chegando gente e começamos a perguntar uns aos outros o porquê de estarem ali, para onde iriam, o que iriam fazer, o que iriam estudar... Às 8:10 já havia 5 pessoas na fila. Um pouco antes de sermos liberados para subir já havia ao menos 10. Ao chegar na sala do Vice Consulado, pegamos as senhas em ordem. Felizmente a minha era a primeira, porém como em todo os lugares tem as pessoas com preferência. Fui atendida por uma, aparentemente, brasileira um pouco antes das 10 horas. Ela verificou meus documentos, pediu para que eu assinasse outros que faltavam e ao final do processo que não durou nem 10 minutos, para que eu saísse do edifício e fosse numa revistaria estilo ‘xerox’ para digitalizar minha papelada e que eles já saberiam o que fazer. Voltei pra salinha e a senhora só me avisou para que esperasse o e-mail dela com os próximos procedimentos e que o mesmo chegaria em cerca de 30 dias.
Em menos de uma semana e meia recebo um e-mail informando que meu visto tinha sido autorizado! Yay! Infelizmente não poderia logo no dia seguinte voltar lá porque na mesma noite estaria indo viajar para visitar uma parte da minha família no interior de outro estado. Cheguei de viagem em uma terça-feira. Aliás, uma viagem maravilhosa, que se pudesse, teria ficado muito mais! Na quarta-feira de manhã voltei e cheguei por volta das 8:40 da manhã no Vice-Consulado. A fila estava muito grande já! Lembro que quando subimos, a minha senha era a 13. Tinha a impressão de que sairia de lá no período da tarde só. Não aconteceu, mas saí as 11:30. 3 horas para entregar 3 folhas de papel. 3 horas que não foram totalmente desperdiçadas, pois conheci pessoas que iriam para o mesmo destino que eu. Pessoas que me contaram de suas vidas, como conseguiram tal bolsa de estudo ou tal oportunidade de pós-graduação.
Três dias após minha volta ao consulado, 10 de agosto, recebi o envelope que carregava o meu passaporte com o meu visto! Que alegria! Agora começo a sentir que minha viagem realmente está se tornando realidade, algo que antes parecia apenas um sonho! Que venha a jornada rumo à Portugal!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A ficha caiu!

            Na noite anterior à minha última viagem que fiz no Brasil, caiu a ficha. Tenho mais 15 dias dormindo na minha cama! Passei cerca de um mês e meio pensando na possibilidade do intercâmbio e confesso que me deu certo frio na barriga. Contudo, nos três meses subsequentes referentes à minha inscrição e aos preparativos não me deu absolutamente nenhuma espécie de nervoso.
            Pensei que chegaria ao meu destino sem passar por esses sentimentos. Mas agora, vejo o quão próxima está a minha viagem. Passo horas pensando no que tenho que levar e fazer e ao mesmo tempo não conseguindo fazer nenhuma lista delas. Só consigo sentir essa ansiedade e essa pré-saudade do meu cantinho, da minha casa, das pessoas que me rodeiam, da comida e do calor do meu país. ♥Brasil

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Visto- Parte 2- Tipo de visto e documentos

A resposta que veio do consulado informava que eu tinha duas opções:  Visto de Estada Temporária ou o de Residência. Em ambos os casos tinha uma lista de 2 páginas de documentos que pareciam intermináveis e impossíveis de decifrar. Para acessar a lista de documentos necessários, clique aqui. Na medida em que fui esfriando a cabeça, me acalmando e conversando com a Mariana, o meu contato de lá, percebi que, no meu caso, não seria necessário de alguns itens da lista. Os que me pareciam mais ‘do arco da velha’, não seriam necessários! Que alegria!
A Mariana, me disse que não precisaria de muitos documentos relacionado à estada, porque, independente de ficar ou não, o meu endereço seria apontado na Carta de Aceite. A carta de aceite é outro documento necessário que eu recebi, como o do alojamento da Universidade; quando eu chegasse isso poderia ser alterado. Algo só para facilitar a burocracia aqui.
Um documento que também me quebrou a cabeça foi a Certidão Negativa de Antecedentes Criminais. Ao ler a lista, fui logo procurar no Tio Google como que conseguia a tal certidão. Logo vi que tinha a possibilidade de tirar da internet e que era emitida na hora. Achei estranho, mas não hesitei. Ao revisar os documentos para o visto, minha salvadora da pátria viu que precisava ser reconhecida em firma, ou seja, deveria ser assinada. Fiquei desesperada, pois o prazo para entrar com o meu visto já estava se esgotando e a data combinada seria no dia seguinte. Foi então que entramos no site da Polícia Federal novamente  e vimos que eu teria que ir à sede deles aqui da minha cidade. E que lugar longe! Fomos lá no dia seguinte cedinho e abrir o protocolo para tal. Quatros dias corridos depois (entrei numa sexta-feira e foi  liberado na terça). Tive de ficar uma hora no ônibus para chegar numa região que jamais tinha ido sozinha, que dirá de ônibus. O mais demorado foi o trajeto, porque ao chegar lá, já recebi meu pedaço de papel. Agora só tinha de ir ao centro para reconhecer em firma a assinatura do Escrivão.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Visto- Parte 1- Como obter?

Vou fazer uma pequena série de postagens destinada à obtenção do visto a fim de ajudar as futuras pessoas que possam vir a precisar deste serviço.
 Logo em que soube da notícia de que eu iria para Portugal comecei a pesquisar se, para o meu caso, eu precisaria de visto. Qual dos diversos vistos que eu deveria entrar com o processo? Como entrar? Precisaria ir para uma cidade maior que a minha para dar entrada? Quais os documentos necessários? Quantos labirintos em minha cabeça!
Foi ai que minha mãe (sim, minha mãe), depois de ambas entrarem em diversos sites e não conseguirmos achar a resposta do meu enigma, enviou um email pro Vice-Cônsul de Portugal em Curitiba alegando nossas dúvidas. O Sr. Cônsul respondeu o e-mail em menos de 12 horas. No e-mail, constava a informação dos estados do Paraná e Santa Catarina não tinham a necessidade de ir à São Paulo para dar entrada no visto. Tudo era feito pelo Vice-Consulado localizado em Curitiba, no Paraná. Endereço: R. Visc. do Rio Branco, 1358 - Centro, Curitiba - PR, 80420-210
Telefone:(41) 3233-4211
Alíás, as atendentes são super cordiais para dar informação por telefone.
Pelo que me parece, o estado do Rio Grande do Sul funciona assim também, mas, se não me engano, é abastecido pelo Vice-Consulado localizado em Porto Alegre mesmo.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Como tudo começou

Em um determinado dia no início do  1º semestre deste ano, o Coordenador do meu curso da faculdade entra na sala para avisar sobre as novidades do curso. - Grupos de Estudos, viagens para o exterior junto de outros alunos e algumas opções de intercâmbio-. Intercâmbio- a palavra que mudaria minha vida. Intercâmbio para os Estados Unidos, para o México e para Portugal, as três principais opções. Comecei a correr atrás das informações de como cada um funcionava, os benefícios, os pontos a pensar e pensar como seria viver em um lugar diferente por, pelo menos, 6 meses.
Depois de muito conversar com o coordenador do meu curso e com a coordenadora do Núcleo de Relações Internacionais da minha faculdade, defini para onde gostaria que fosse meu destino. A partir daí, era correr atrás do tempo perdido em busca dos documentos necessários para concorrer à única vaga disponível para lá. No dia 29 de abril, um dia antes da data limite para a entrega dos documentos, fui à Central de Atendimento e entreguei todos os documentos. Só me restava torcer. Torcer para que eu conseguisse a bolsa. Depois de uma semana de espera, recebi a maravilhosa notícia de que eu tinha conseguido uma das vagas!
Então foi pesquisar como conseguir visto, correr atrás da papelada (enorme!) que o Consulado exigia para consegui-lo e tentar contato com os brasileiros que já estavam lá para conseguir informações de moradia, custo de vida e de como era viver lá.
Depois de pouco tempo e muito esforço e correria, semana passada consegui finalmente dar entrada ao meu visto português!
Agora é só absorver ao máximo de experiência que puder para repassar para vocês tudo sobre o meu futuro lar, Braga, uma das maiores cidades do norte portucalense.